Índia deve bater recorde de importação de algodão em 2025/26: impactos para o Brasil
A Índia, um dos maiores produtores e consumidores mundiais de algodão, deve atingir um volume recorde de 4,5 milhões de fardos importados na safra 2025/26, segundo estimativa da Reuters. Essa projeção reflete uma combinação de fatores como a queda na produção doméstica devido ao clima adverso e à redução da produtividade agrícola, além da isenção temporária de tarifas de importação — medida implementada para conter a alta dos preços internos e garantir o abastecimento da indústria têxtil.
Esse movimento amplia a demanda por fornecedores internacionais, favorecendo países como Brasil, Estados Unidos e nações da África Ocidental. A reconfiguração do fluxo de exportações, em um contexto de competição acirrada na Ásia, pode influenciar diretamente a dinâmica de preços e os canais logísticos globais. Para o Brasil, segundo maior exportador mundial da fibra, a situação representa uma oportunidade estratégica para ampliar participação de mercado, agregar valor ao produto nacional e consolidar parcerias comerciais de longo prazo.
Contudo, essa conjuntura também impõe desafios. O aumento da demanda requer planejamento logístico robusto, eficiência operacional nos principais portos e gestão de variáveis como câmbio e custos de frete. Empresas exportadoras, tradings e operadores logísticos devem acompanhar de perto o comportamento dos preços internacionais, o volume de embarques e os impactos das políticas comerciais indianas para manter a competitividade e aproveitar o momento favorável.
A decisão da Índia reforça o protagonismo brasileiro no comércio global de algodão. Trata-se de um momento estratégico para empresas estruturarem ações de posicionamento, fortalecerem vínculos internacionais e garantirem previsibilidade em um mercado sujeito a flutuações econômicas e geopolíticas.

