Após oito anos de déficits, Brasil volta a ter superávit na balança comercial com os EUA
Brasília – As exportações brasileiras para os Estados Unidos fecharam o primeiro semestre com uma alta expressiva de 21,06% e totalizaram US$ 12,912 bilhões e as vendas americanas ao Brasil registraram um aumento menor, de 11,75% para US$ 12,501 bilhões. Com esses números, o Brasil acumulou no primeiro semestre do ano um superávit de US$ 417 milhões no intercâmbio comercial com os Estados Unidos, o primeiro saldo depois de oito anos de deficits consecutivos.
Dados obtidos junto ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram o crescente equilíbrio no comércio entre os dois países, após sucessivos superávits obtidos pelos Estados Unidos entre os anos de 2009 e 2016. O desequilíbrio na balança comercial bilatral atingiu a cifra máxima em 2013, quando os americanos obtiveram um saldo de US$ 11,365 bilhões nas trocas comerciais com o Brasil. Entre 2009 e 2016, a balança comercial bilateral proporcionou aos americanos um saldo acumulado de US$ 48,3 bilhões.
Na avaliação de técnicos do MDIC, é grande a possibilidade de o Brasil fechar o ano de 2017 com saldo positivo na balança com os americanos, após oito anos de deficits seguidos e expressivos. A balança comercial bilateral sempre foi favorável ao Brasil entre os anos de 2000 e 2008 até que em 2009 esse cenário se modificou por completo e o Brasil passou a acumular saldos negativos nas trocas com os americanos. O último saldo positivo, obtido há nove anos, somou US$ 1,795 bilhão.
Para que o Brasil volte a ter saldo favorável no comércio com os americanos, avaliam esses técnicos, basta que o fluxo de comércio siga a tendência registrada durante o primeiro semestre do ano, com aumento significativo das exportações brasileiras e alta bem mais moderada nas importações de produtos americanos.
Um dos destaques nas exportações para os Estados Unidos é a forte participação dos produto manufaturados nos embarques para a maior economia do planeta. De janeiro a maio os bens manufaturados foram responsáveis por 56% do volume total exportado, com receita no montante de US$ 7,23 bilhões (alta de 9,7% em comparação com idêntico período do ano passado).
Os Estados Unidos foram também importante mercado para os produtos semimanufaturados embarcados pelo Brasil para o exterior. Esses bens geraram receita no total de US$ 2,35 bilhões, com alta de 27% sobre o primeiro semestre de 2016 e tiveram uma participação de 18,12% no volume total exportado para os Estados Unidos.
Em termos de produtos, graças a um aumento de 187,3%, o petróleo foi o principal item vendido aos americanos, com exportações no total de US$ 1,3 bilhão. A commodity respondeu por 10% das vendas totais àquele país. E nenhum outro mercado adquiriu mais aeronaves brasileiras que os Estados Unidos. As vendas de aviões, apesar da queda de 2,5%, totalizaram US$ 1,23 bilhão, equiavalentes a 9,5% do volume total negociado com os americanos no primeiro semestre do ano.
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