Mercado reflete o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China
Além da questão ambiental na Amazônia, mercado reflete o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que anunciaram taxação maior aos produtos de cada país. Ibovespa cai ao menor patamar desde 17 de junho: 97.667.
O acirramento nas relações comerciais entre China e Estados
Unidos, com ambos os países anunciando medidas para elevar as tarifas de
importação, causou reflexos em diversos mercados internacionais, sobretudo no
brasileiro. Nesta sexta-feira (23/8), o dólar fechou o dia com a maior cotação
do ano, terminando a sessão com alta de 1,14%, a R$ 4,125. Além disso, o
Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), voltou a
ficar abaixo da marca de 100 mil pontos, ao recuar 2,34% e atingir 97.667
pontos, menor patamar desde 17 de junho.
Pequim anunciou que pretende aplicar tarifas retaliatórias de cerca de US$ 75
bilhões em produtos dos Estados Unidos. Em resposta, o presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, anunciou taxação extra a partir de 1º de setembro.
O estrategista chefe da RB Investimentos, Daniel Linger, enfatiza o reflexo da
tratativa da guerra comercial na bolsa e no câmbio. “Não é um tema recente, vem
assustando o mercado e tivemos novos capítulos que aqueceram as tratativas. No
Brasil, o impacto vem sempre quando a guerra é acirrada. Na parede, também está
o Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA), com o aumento da perspectiva de
que vai ser necessária uma política monetária mais enfática na taxa de juros”,
analisou.
Com a disparada da moeda americana, o Banco Central agiu rapidamente. Entre 2 e
27 de setembro, a autoridade monetária vai trocar US$ 11,6 bilhões de contratos
de swap (venda de dólares no mercado futuro) em circulação por recursos das
reservas externas. Nesta semana, o BC já havia começado a vender até US$ 550
milhões por dia das reservas internacionais para segurar o câmbio. As operações
são feitas de forma conjugada com swaps cambiais reversos (compra de dólares no
mercado futuro) no mesmo valor, para manter a posição cambial da autoridade
monetária.
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